O título por si só explica o conteúdo deste texto, o preconceito enfrentado pela Pedagogia e pelos alunos do curso. Existente na sociedade como um todo, a falta de informação e a ignorância ainda são as principais causas da discriminação quanto aos profissionais da área da educação.
Nas aulas, por longas horas discutíamos as mudanças quanto à visão a respeito dos pedagogos. Se no início a função de um pedagogo era realmente ser um “cuidador” - a palavra Pedagogia tem origem na Grécia antiga, paidós (criança) e agogé condução - agora essa função toma outras proporções. “A Pedagogia é a ciência ou disciplina cujo objetivo é a reflexão, ordenação, a sistematização e a crítica do processo educativo.”
As transformações tecnológicas em aumento exponencial estão exigindo da Educação escolar a formulação de sucessivas e constantes modificações nas propostas pedagógicas vigentes, bem como dos métodos de ensino. O momento atual pode ser considerado como um divisor de águas para os métodos de ensino, ultrapassando os tradicionais e consolidando os novos, que por sua vez precisam de constante desenvolvimento, devida interação entre os educandos e o mundo, que interferem no processo de aprendizagem. Embora em muitas partes do mundo ainda existam dificuldades no ensino e no partilhamento da informação, estas já estão sendo vencidas principalmente nos grandes centros onde existem maiores condições de acesso à informação e à cultura escolarizada.
Falávamos ainda que dentro da própria Universidade existe preconceito partindo de outros cursos, por exemplo, das engenharias que ousam dizer que os alunos da pedagogia passam horas desenhando e colorindo. Me faz pensar que são para essas pessoas, que passaram o curso superior “desenhando” e “colorindo” que eles, engenheiros, entregam seus filhos e passam a esses profissionais a responsabilidade de educar e formar cidadãos, delegam aos “desenhistas” a função de educar seus filhos e torná-los homens e mulheres de bom caráter e prontos para enfrentar o mundo. Cabe a nós educadores desenvolver nas crianças o modelo que a sociedade e os pais sonham ter em casa.
Outra questão é o “sexo”, como se existisse uma regra determinante para o sexo de cada curso. Alguns são tipicamente masculinos ou femininos, mas isso é uma questão de ignorância cultural, como pedagogo se pode atuar em vários campos, que tanto podem ser ocupados por homens ou mulheres, depende das competências de cada um. É necessário romper barreiras e inovar o ensino superior, não só da pedagogia, mas de todos os cursos, buscando qualidade na atuação profissional.
O contato com homens e mulheres é importante pelo que cada um dos gêneros representa culturalmente para as crianças: "A mulher (ou mãe) é a que protege, dá carinho e atenção. O homem (ou pai) é o que traz o mundo para dentro de casa, o que conhece e manipula melhor as leis e as regras", explica a psicopedagoga Maria Cristina Mantovanini, de São Paulo. Da parte das crianças, não há diferença alguma em ter aulas com professores ou com professoras, desde que todos eles sejam compreensivos e habilidosos e dêem aulas interessantes e dinâmicas.
Quando ingressei no curso várias pessoas vieram me perguntar: “Mas você quer mesmo ser professora? O salário é tão ruim e as crianças hoje em dia andam tão mal educadas e até mesmo agressivas. Tem certeza dessa escolha?”
Hoje mais do que nunca estou certa sim. Serei mais que uma professora, serei educadora e muito além do salário ou das crianças está a satisfação pessoal e as várias possibilidades apresentadas pela Pedagogia contemporânea.
Levanto a bandeira da REVOLUÇÃO DAS IDÉIAS, como diria minha amiga Francielle: “porque vivemos em constantes mudanças é preciso que haja a revolução das idéias e a educação é o caminho reflexivo para essa revolução.”